quinta-feira, 15 de setembro de 2011

PM de SP faz manifestação e interrompe trânsito, mas não é reprimida com violência



Parece que os praças (soldados, cabos sargentos e subtenentes) da Polícia Militar do Estado de São Paulo resolveram acordar para a vida real e verdadeira. No último dia 12, saíram em passeata pedindo a aprovação da PEC 300 (cria um piso nacional a todas as polícias do Brasil) pela Av. Paulista e interromperam o trânsito, em pleno horário de pico, depois de uma passada na Alesp.

http://youtu.be/D50uyjdRZKg

Já não era sem tempo, visto a enganação de governos e comandos da qual são vítimas há décadas.
Se o praça saiu às ruas para reivindicar, o mesmo não acontece com o oficial, visto as facilidades com que goza dentro dos estados. São salários acima da lei para os membros da ativa, reserva e aos pensionistas, como divulgado por um jornal impresso relativo ao oficialato em São Paulo. Imunidades investigativas e impunidade para crimes praticados ajudam a compor esse rol macabro.
O governador soube do caso dos salários, mas colocou panos quentes, ou seja, os oficiais continuam a receber (ação na Justiça) e não devolverão o que foi pago a mais. Claro, o dinheiro público não é dele, não tem dono. Como ele poderia impedir que seus leões de chácara recebessem pelos "bons" serviços prestando/prestados durante a vida na caserna?

Mas não é a isso que quero me referir, pois já o fiz em matérias anteriores neste mesmo blog.
O que me chamou a atenção foi a passeata e o interrompimento do trânsito na Av. Paulista, em horário de pico, por parte daqueles que, em outras oportunidades, em greves de outros servidores, baixaram o pau nos manifestantes, cujo único objetivo é serem tratados em igualdade de condições aos demais servidores dos escalões superiores, principalmente salarial e nas condições de trabalho. Se há verba para reajustar salário dos superiores, por que não dar o mesmo tratamento a quem está mais abaixo na escala hierárquica?

A ordem para reprimir vem de cima?

Diante dessa situação extraordinária, pode-se inferir que a ordem para rechaçar com violência qualquer ato público reivindicatório de pessoas simples e humildes organizadas parte dos escalões superiores, ou seja, governos e comandos da PM, uma vez que os próprios praças resolveram sair da apatia para exigir que o governador do Estado cumpra com a sua obrigação ou mesmo a palavra empenhada.
O dissídio coletivo dos servidores públicos paulistas é no mês de março. Neste ano foi transferido para julho, que passou e nada se viu. A promessa, agora, é novembro.
Por outro lado, viu-se uma enxurrada de reajustes salariais para quem ocupa cargo de chefia (ou benesses inconfessáveis), eleitos, de livre provimento, "auxpones", etc.

PM está a serviço de quem?

Está mais claro do que a luz do dia que as PMs brasileiras estão a serviço de um pequeno grupo de pessoas que ainda são "donas" do Brasil. Isso inclui os governantes, os legisladores, o Judiciário, os empresários de alto padrão - os (tu)barões donos dos meios de comunicação e seus jornalistas também-, as pessoas que compõem um grupo diminuto e poderoso chamado pelo ex-governador, Cláudio Lembo, de elite branca. Tudo que possa interferir para pior na vida dessas pessoas especiais será rechaçado pelo estado, e com violência se preciso for, pela força estadual preventiva, a PM. O oficial, via de regra, não está na linha de frente da violência. Os praças, mediante ordem e imposição regulamentar militar, é que estão. Mas até a página dois. Se der problema (manchete na mídia), o praça segura o abacaxi e descasca. O praça ainda não percebeu a armadilha cruel.

E o conjunto da sociedade?

Para todo o conjunto da sociedade sobram o desprezo, o descaso, a omissão dos governos, a periferia, os míseros salários, as condições subhumanas de sobrevivência, porrada da PM, bombas de gás e efeito moral, choques e até morte. E não são os comandantes que vão massacrar a população, mas os praças. Os mesmos praças que estão inseridos nesse conjunto excluído do qual faz parte a imensa maioria de pessoas deste Brasil e que foram reinvindicar na Av. Paulista. Ao que se sabe, não foram recebidos ou dispersados com violência pelos colegas da PM.

Enganações e mentiras

Desde quando o PM ingressa na escola de formação, seja praça ou oficial, é dito que ele é um ser diferente das outras pessoas. Ao oficial é dito, à boca pequena, que ele é acionista (sócio) do estado e gozará de todos os privilégios que perduram há quase dois séculos: impunidade; imunidade investigativa por qualquer ato praticado ou mandado fazer; ganhos especiais, lícitos ou não, etc.
Já o praça é diferente porque deixou de ser um civil, um bandoleiro, um indisciplinado, etc. e que deve aprender os verdadeiros valores de um ser humano militar: nunca reclamar de nada e aceitar as ordens recebidas, sejam absurdas ou não. Se absurdas, cumpriu porque quis e será punido por isso.

Um sol de melhores dias que nasce?

Foi muito bom para o Brasil ver que os praças da PM realizaram aquilo que todo trabalhador - cerceado em seus direitos - faz. Sair às ruas para exigir o cumprimento da lei é a única forma de vê-la acontecer. Foi bom também para o praça sentir na pele o outro lado, o dos manifestantes. Ninguém vai às ruas reivindicar nada que não tenha direito, pois essa é a única maneira de se conquistar o que diz a lei.
Não se vê o poderoso dos três poderes ou da elite branca fazer greve nas ruas. O Judiciário, por exemplo, para os serviços no fóruns. Os legisladores aprovam salários exorbitantes deles próprios, dos chefes dos executivos e dos auxpones da assessoria. Os executivos reajustam salários de secretários. A elite branca, geralmente empresários, repassam no aumento de preços dos produtos ou serviços.
Foi muito melhor ver na passeata dos praças que existe a possibilidade de união reivindicatória destes com todos os trabalhadores brasileiros, pois, sem essa população a isonomia no tratamento e no atendimento das demandas salariais ou públicas jamais ocorrerá.
Praça da PM, sem povo, sem PEC 300.
Reflitam. Pensem. Não sejam teleguiados e usados. Quem os manda tem objetivos outros. Vocês são povo simples, humilde e com as mesmas necessidades da maioria da população. Diferente do povo "nobre e de sangue azul" ao qual pertencem seus comandantes, o governador... e a elite branca de Lembo.

sábado, 3 de setembro de 2011

O re-despertar de uma nova era no Brasil

Ora vivas! o PT despertou de seu sono letárgico e deslumbrado. Pensar que a mídia (porta voz da direita porque é a direita) vai tratar quem não tem sangue azul (nobre) com razoabilidade e sensatez é um sonho impossível de ser alcançado.



O 4º Congresso do Partido dos Trabalhadores serviu para que o brasileiro olhe e entenda que não se permitirá que o Brasil volte para as mãos criminosas daqueles que, quando tiveram oportunidade, entregaram o Brasil e seu povo aos colonos estrangeiros, deixando-os em frangalhos e, em grande parcela, na miséria. Isso é uma injeção de ânimo na militância aguerrida, pois via-se e percebia-se nas conversas, principalmente na redes sociais, uma certa divisão de opinião entre essa militância sempre atuante.

A afinação do discurso da presidenta Dilma, Lula e PT sinaliza que tudo aquilo que a mídia despeja no noticiário sobre discórdia ou desavenças entre eles, como sempre foi, é e será, não passa de fantasia, cujo único objetivo é desestabilizar o governo e o país, sem se preocupar com os rumos que o Brasil pode tomar num cenário internacional nebuloso de crises econômicas e suas consequências terríveis para milhões de brasileiros (desemprego, desabastecimento, miséria, violência, etc). O que importa para os porta vozes da direita é a tomada do poder a qualquer preço por aqueles que quase destruíram o Brasil em oito anos, os integrantes do PSDB e auxiliares.

Colunas mestras

Pelo menos, dois importantes quesitos sociais foram mencionados no discurso do PT: a Comunicação/Educação e a Saúde (falta falar sobre a segurança pública, entregue nos estados, ainda, à linha que vê na ditadura um modelo ideal de governança... até endeusou-se a Redentora na PM de São Paulo recentemente).

A necessidade de um marco regulatório para a mídia e a democratização da comunicação foram citados diversas vezes pelos palestrantes, demonstrando que a iniciativa de Lula em realizar uma série de conferências nacionais sobre variados temas serão levados adiante pelo novo governo da presidenta Dilma.

Claro que isso não será fácil. Romper elos de um conservadorismo secular não será do dia para a noite e nem será realizado somente por integrantes do governo, políticos alinhados ou mesmo vontade política. A participação da militância ou mesmo de brasileiros preocupados com o Brasil será talvez a mais importante para a implementação dessas mudanças.

Outro ponto citado pela presidenta Dilma foi em relação à Saúde. Todos sabemnos que a Saúde e a Educação básica foram privatizadas no Brasil. O SUS e a escola pública padecem com o descaso dos governos estaduais e municipais porque existe uma pequena parcela de parasitas que vê nas escolas particulares e nos planos de saúde uma maneira simples e fácil de ganhar dinheiro, ignorando a vida e a necessidade de milhões de brasileiros. A presidenta foi enfática em dizer vai elevar a qualidade da saúde pública no Brasil

A Comissão da Verdade também foi enfatizada pela presidenta como uma das realizações de seu governo, pois está relacionada aos Direitos Humanos. A história precisa ser reparada e a verdade dos idos de 64 tem de chegar ao povo brasileiro.

Faltou falar alguma coisa mais contundente em relação à Segurança Pública.

Coincidências?

Notemos que a Educação, Saúde e Segurança Pública estão entregues a estados e municípios. Não funcionam, como todos nós sabemos. Lula tentou federalizar a educação durante o seu governo. Mas grita de governadores e prefeitos foi tamanha, aliado à falta de infromação verdadeira pela mídia tradicional, que a intenção foi abortada. Não que esses governantes estejam preocupados com a centralização, mas o montante de recursos envolvidos e transferidos para estados e municípios na educação é imenso. O governante pode desviar essa grana toda para onde quiser. E é o que acontece, infelizmente.

Na Saúde não é diferente. Se as escolas públicas tivessem qualidade, seria o fim da escolas particulares. O mesmo se pode dizer dos planos de saúde, caso haja uma meljhora sensível no SUS.

Na Segurança Pública é a mesma coisa. Entregue em boa medida às polícias militares, o policiamento realizado pela PM carrega uma dose excessiva de autoritarismo, fruto dos anos de chumbo tão tristes para nossa história e que permeia a relação governador-comando-policiais-povo.

Este blog tem se dedicado em mostrar os malefícios ao país em se ter uma polícia com doutrina, treinamento e modelo militarizado para tratar com civis, gente do povo. Se nem dentro da caserna, na interrelação entre os militares, há entendimento e respeito, dá para imaginar (e ver) como é essa relação com o cidadão. As ocorrências diárias de participação da PM pelo Brasil afora não deixam dúvidas.

O papel de cada um

Não só a militância mas o brasileiro de todas as camadas sociais têm de se engajar nessas mudanças imprescindíveis para um Brasil forte e democrático que se avizinham. Não adianta ficar em casa reclamando ou esbraguejando. É necessário que todos, unidos pelo Brasil, compareçam às manifestações de apoio a essas mudanças que virão por aí. O momento é esse. A ocasião não é para esperar acontecer. O momento pede para que se faça a hora.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Brasil, paraíso dos safados: tá tudo dominado pela quadrilha do poder

Enojado
Este é o sentimento que sobra da decisão em absolver uma deputada federal, flagrada e filmada no recebimento de propina, por parte de seus colegas de parlamento. Não só isso mas há os antecedentes que redundaram em mais um tapa na cara da sociedade brasileira.

Claro que não se esperaria outra coisa do Congresso Nacional depois que o STF barrou o Ficha Limpa. Ou seja, o parlamento continuaria a ser ocupado por gente que não tem compromisso com o país, ou melhor, pessoas que não prestam, pelo menos em sua grande maioria.

Não que os outros dois poderes sejam melhores. Os executivos nos estados abrigam pessoas tão igual quanto, da mesma forma que o Judiciário, dito pelo próprio CNJ.

Da sociedade também não se espera grande coisa, pois é composta de pessoas desinteressadas, além de conformadas com as decisões criminosas e prejudiciais a esta imposta por quem ocupa o poder e tem mando.

No fim da linha e para coroar toda essa sujeirada está a grande mídia, formada por meia dúzia de barões da comunicação e seus lacaios muito bem pagos, outrora chamados de jornalistas.

Esperança que morre

A vitória de Lula para presidente deu um novo alento a quem se interessa e se preocupa com os rumos de um país. O país estava em frangalhos, desacreditado internacionalmente e devendo a todo mundo. O Brasil sempre foi uma nação usada e abusada por todos, inclusive estrangeiros. Costumava-se chamar não só o Brasil mas as outras nações sulamericanas de quintal do mundo rico. Lula e outros presidentes eleitos na região trancaram a porteira. O mundo rico perdeu a sua mina de ouro.

Com Lula, o Brasil passou a ser visto de outra forma. Não como uma república das bananas, mas como uma nação pujante e que estava ou entrava nos trilhos do desenvolvimento e do crescimento. O brasileiro começou a sentir orgulho de dizer a qual nação pertencia, pois servia de referência mundial em muitos quesitos, faltando apenas as mudanças estruturais que a maioria dos países ricos implementou.

Durante o governo Lula, uma série de conferências foram realizadas, dentre elas, segurança pública, educação, meio ambiente, etc. A sociedade organizada discutiu e aprovou que queria mudanças nesses setores, rompendo com as normas seculares que privilegiavam uma minoria em detrimento de milhões de brasileiros. O campo estava arado e pronto para receber as sementes da nova ordem brasileira

Chega-se ao fim do governo Lula. Contando com ampla aprovação dos brasileiros, Lula consegue fazer seu sucessor, mesmo tendo de enfrentar uma mídia nojenta e asquerosa que torcia e fez o possível e o impossível pela vitória do candidato da oposição. José Serra e o PSDB são tudo de mal que se possa pensar em termos de administração pública : não gostam e não respeitam o povo brasileiro, são incompetentes, são corruptos (o caso Banestado está enterrado vivo no MPF) são partidários do estado mínimo (menos serviços públicos básicos gratuitos à população, menos servidores, salários dos servidores medianos achatados, etc) supostamente envolvido em corrupção (mais de 100 CPIs abafadas na Alesp, fora o rosário de maracutaias de FHC durante seu governo tucano), etc.

Enfim, Lula consegue fazer de Dilma Rousseff a primeira presidenta do Brasil

Marcando passo

Dilma começa o governo de forma ruim e dá espaço ao que de mais reacionário há no cenário político brasileiro, sem contar o apoio de partidos corruptos que compõem a base de sustentação. Vai aos convites da imprensa, que há humilhou e a acusou de coisas do arco da velha e, antes dela, tentou tirar Lula do poder através de um golpe. O movimento alcunhado de "Cansei" foi o laboratório que não deu em nada, felizmente. Dilma, por sua vez, não faz o principal: a semeadura das imprescindíveis mudanças no solo arado e pronto deixado por Lula.

Claro que não se pode esquecer do PT. O mesmo PT que traiu Lula e se juntou, de forma rasteira, ao PSDB nos mensalões. Vários ícones do partido dos trabalhadores comeram tudo aquilo que vomitaram contra o PSDB quando este era poder. Isso mesmo, foram para o lado fácil e impune da corrupção, do dinheiro fácil. Poucos escaparam dessa bandalheira. O partido é formado por gente tão safada que chegou a sugerir a Lula a renúncia durante o duro ataque da mídia em 2005, embora não enganem ninguém, pois foram eles próprios que deram azo às acusações da mídia suja de corrupção no governo Lula. Lula repudiou a sugestão dos traidores. A maioria deles está no poder com Dilma.

As mudanças que se avizinhavam ou se imaginava que seriam feitas foram jogadas na lata do lixo. Justiça, Comunicação, Segurança Pública, Educação, Saúde, etc seguem como sempre foram e sem sinais claros de que sofrerão alterações mínimas em seu ordenamento secular. Dá-se voltas no assunto, mas não se mexe na raiz do problema. Tudo foi privatizado por FHC, inclusive a educação e a saúde. No mundo especula-se, agora, na alimentação. O povo continuará a sofrer. O governo Dilma sinaliza que marcará passo até 2014.

Gota d'água

Antecedendo a votação da absolvição da deputada, o governo avisou que não indicaria o "sim" ou "não" na votação. Ou seja, os parlamentares da base estariam livres para decidir. A mesma base que mete a mão no dinheiro público por onde passa. Os partidos da base não querem um Brasil pujante, mas, sim, um lugar onde possam se aninhar para praticar os atos mais reprováveis. Deve ser brincadeira do governo federal.

Cabe uma explicação. Se José Serra estivesse vencido a eleição, o Brasil estaria no mesmo patamar que estão os países europeus e os EUA, ou seja, em crise e que pode chegar à recessão (desemprego em massa da população). A esperança que se tinha era a continuidade do governo Lula com Dilma na presidência.

Ao que parece, voltamos ao modelo secular que conseguimos romper com Lula. E mais. A negativa da presidenta e sua orientação à base de sustentação no parlamento de barrar reajustes salariais de servidores e aposentados, mesmo depois de uma tremenda farra de aumentos salariais nos três poderes desde o início do ano, serviram de gota d'água para muitos, inclusive para mim. Nem o tucano mais reacionário conseguiria prejudicar mais o brasileiro.

Cuidar da alma

Diante de mais esse mais do mesmo na política, ou seja, o prejuízo de milhões de brasileiros e o benefício de poucos poderosos, além da passividade do povo brasileiro, prefiro deixar de me envolver nessas questões para cuidar da minha vida e da alma, visto que o corpo apodrecerá e virará pó (alguns estão podres em vida), como voltou a ser a política no Brasil e quiça no mundo. Tá tudo dominado pelos canalhas da hora, formando verdadeira quadrilha de espertahões e canalhas de todas as estirpes e cores.

Não adianta lutar por mudanças se estas foram jogadas no lixo pelo atual governo. O brasileiro, mal informado e preguiçoso, prefere gastar energias com outras coisas sem importância, como futebol, novelas e outros programetes idiotas da mídia.

A esperança era a PNBL atingir todo o território nacional em pouco tempo. Mas o ministro das Comunicações roeu a corda da vergonha e se tornou novo membro do poder, colocando obstáculos na Banda Larga, pois passará a responsabilidade dessa implementação para as teles. Outro fanfarrão. Deve estar bem de vida a essa altura, embora com o corpo apodrecido e a alma sebosa.

A Saúde continua com o mesmo descaso com o cidadão (exceto às pessoas do poder que têm nos hospitais de referência um ótimo leito para se recuperar - tudo pago pelo povo); a Comunicação nas garras de meia dúzia; a violência (inclusive a policial) explodiu e ceifa a vida de centenas de milhares de brasileiros todos os anos, tal é o descaso dos governos. Até mesmo nesses poucos quesitos não há sinais de mudanças. A Justiça está a serviço dos poderosos. Uma recente lei aprovada no Congresso Nacional não permitirá que rico criminoso vá para a cadeia. A juizada e desembargadores vendem sentença impunemente. MP dependendo de quem é o acusado, finge-se de morto e nada apura. O atual ministro da Justiça não se cansa de defender ladrão poderoso. Fazer o quê? largar de mão, eis a resposta.

Se o corpo  de quem não se mistura nessa sujeira apodrecerá no pós morte, para a alma ainda há chance. Não é válido e justo gastar vela com maus defuntos. Prefiro dedicar, a partir de agora, minhas energias com outros temas. Não sou candidato a nada e nem o serei. Também não serei apaniguado de político nenhum a ocupar cargos ns administrações e defender essas almas sebosas.

O que ficou foram as amizades com pessoas simples, como eu, conquistadas nessas lutas. Mas é inútil lutar se quem tem o poder de mudar não quer nada com nada. A nossa saúde se esvai à toa.

Novos rumos

Como disse acima, vou me dedicar a outros temas. Não sei qual. Escrevia alguma coisa sobre polícia. Criei um jornal impresso que defendia as mudanaçs estruturais necessárias nas PMs brasileiras, pois o modelo, arcaicoe desumano, é violento tanto para os policiais menos graduados como para o cidadão simples e humilde. Por outro lado, é muito bom para quem comanda e para governos autoritários e que querem manter o povo à distância, na periferia das conquistas,  nem que tenham de usar de violência, balas e bombas para isso. Os próprios PMs da região ajudavam com recursos para a impressão. Mas até isso foi escasseando, o que me forçou a acabar com o jornal. Tentei a NET, mas não vai dar. O cérebro do Brasil está podre e cheio de vícios nojentos. Prefiro ficar por aqui na vida simples e humilde, mas de cabeça erguida e alma limpa de atos criminosos.

sábado, 16 de julho de 2011

O engodo do reajuste salarial à PM (praças) do Estado de São Paulo


Governantes tucanos constituem-se nos algozes dos praças
 Mais uma vez o Governo de São Paulo e a Polícia Militar dão um tapa na cara dos praças e até da população ao anunciar o índice de "reajuste" da insitutição. Os 15% em nada suprirão as necessidades da maior parte da categoria (praças - soldados, cabos, sargentos e subtenentes), mas foi muito bom para os oficiais da PM, pois trouxe no bojo da lei o que o comandante da PM chamou de "uma injustiça que se corrige depois de 20 anos". Não é bem assim.

A princípio, é de bom tom começar pela nota enviada pelo comandante geral da PM, coronel Álvaro Batista Camilo, a todos os quartéis. Nela, o militar exalta os 15% e o pacote de mudanças na carreira policial. A proposta ainda será enviada à Assembleia Legislativa para aprovação. Curiosamente, um dos que mais lutaram por esse pacote tenha sido, além do comandante geral, o secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, um ex-coronel (oficial) da PM. Coincidências, apenas coincidências

O coronel afirma que a inflação prevista para 2012, desde 2009, deve chegar a 18%. O aumento anunciado de 15% em 2011 e 11% a partir de agosto de 2012 chegará a 27,7. Um ganho, nas palavras dele, a todos oficiais e praças. Não é bem assim.

No pacote de mudanças, a proposta traz o que o comandante chama de "corrigir uma injustiça de 20 anos". Os oficiais, diferente dos praças, não ganham o posto imediato ao passarem para a reserva (aposentadoria). Mas não há nenhuma injustiça nisso. Esse acordo foi firmado no biênio 1990/1991 junto ao então governador Fleury, através da Lei Complementar 673 de 30 de dezembro de 1991.

A LC 673/91 deu 110% de aumento salarial apenas aos oficiais, mas retirou o posto imediato ao passar para a reserva. Foi o acordo feito entre os comandantes da PM e o governador Fleury, um ex-oficial da PM.

Na proposta atual, pede-se a volta do posto imediato, mas não há nenhuma contrapartida aos praças que, naquele período, obtiveram 0% de reajuste. Um total desequilíbrio, portanto.

Nunca é demais lembrar que quem trabalha nas ruas em contato direto com o cidadão e no combate ao crime é o praça. Ao oficial cabe apenas a gerência da organização, cujo contato com a maioria dos cidadãos é quase zero. E tem mais abaixo.



Agora, oficiais da PM poderão viajar sem o fardamento

Recentemente, o mesmo comandante geral conseguiu comprar um carro Captiva para si e 61 Vectras que foram entregues a vários coronéis-comandantes, sem as cores dos estado - descaracterizados -, inclusive podendo se deslocar sem o fardamento - usam terno -, fugindo ainda mais do contato com o cidadão. Na ocasião foram gastos mais de R$ 2 milhões na aquisição dos veículos.

Recordar é viver... ou morrer de fome ou no "bico" de segurança privada.

Para não comer gato por lebre e permanecer com os olhos bem abertos, vale lembrar que, há alguns anos, o vale refeição dos policiais militares - oficial nunca recebeu - foi reajustado de R$ 2 para R$ 4 (ainda é esse valor irrisório) e junto a ele foi dado 4% de aumento no salário, mas com uma fórmula nociva aos praças.

O governador rebaixou o teto salarial para o pagamento do vale refeição na mesma lei, constituindo-se na ocasião num pacote, mas este também de maldades. Assim, policiais que recebiam o ticket deixaram de receber, em razão desse rebaixamento do teto, contribuindo para que o cofre público não fosse utilizado no aumento anunciado ou não sofresse prejuízo, trancando o cofre

Na realidade, o policial militar que recebia antes do teto rebaixado deixou de ganhar algo em torno de R$ 90 de ticket, mas "recebeu" cerca de R$ 40 de reajuste (4%). Uma maldade incrível.

Cofre aberto

O jornal Folha de São Paulo publicou há alguns dias que 15 mil oficiais e pensionistas destes recebiam salários acima da lei, o que fez com que o governador Alckmin viesse a púbico dizer que "não houve má-fé e que os beneficiados não devolveriam os valores recebidos a mais". Nesse caso o cofre foi destrancado.

E, para finalizar o saco de maldades contra os praças da PM, o STF - sempre ele contra os menos favorecidos - decidiu que o pagamento da insalubridade não deve ser pago aos policiais militares reformados/da reserva ou aos pensionistas destes, o que vai trazer um rebaixamento salarial e que não será suprido na proposta salarial encaminhada à Assembleia Legislativa para o biênio 2011/2012. Ou seja, mais uma vez os praças da PM serão prejudicados pelo governo e pelo próprio comando da instituição militar. No caso dos oficiais, a promoção ao posto imediato suprirá com sobras a perda da insalubridade. Diferente dos praças, cuja quantia em valores da promoção de uma graduação para outra é insignificante.

Polícia pode faltar

É por essas e outras mais que os índices de criminalidade e violência têm chegado às alturas e se tornaram insuportáveis à população, cujas famílias são dizimadas pelos criminosos, trazendo dores, tristezas e lágrimas. O praça da PM acaba fazendo do serviço policial militar o bico, onde deve descansar para, logo depois, poder estar em melhores condições físicas e psicológicas para assumir a função de segurança privada, única maneira honesta de ver o seu ganho no fim de cada mês maior. Por outro lado, alguns poucos autoprivilegiados da corporação conseguem, na forma da lei, conquistas que lhe permitirão uma melhor qualidade de vida, mesmo afastando-se da população - atividade-fim - com seus carrões descaracterizados. Se a razão da existência da Polícia Militar é o cidadão, cujo fardamento dos PMs, viaturas policiais caracterizadas, etc. tem o simbolismo de transmitir a sensação ou mesmo a segurança, alguma coisa está fora de ordem e precisa mudar.

Na outra ponta, há um sentimento de desânimo nos praças com os quais se conversa. Estão cada vez mais decepcionados com os rumos que tomam a segurança pública no Estado de São Paulo nos quesitos salário e condições de trabalho, pois, com o aumento incrível da criminalidade, os praças têm sido mortos em emboscadas pelos marginais, no bico ou na própria casa, ou são escalados em serviços extraordinários sem nenhuma contrapartida - PM não recebe hora extra nem banco de horas pelas horas a mais. Depois, na hora do governo reajustar o salário daqueles que estão na ruas no combate ao crime, são preteridos.

Diante disso, no momento em que o cidadão discar o 190 não deverá se surpreender se a viatura demorar a chegar ou mesmo não comparecer. Nenhum ser humano de mente sadia aguenta tanta humilhação e descaso. E de nada adianta dizer, como se diz nos quartéis, para o praça pedir baixa (sair da instituição). Este blog tem mostrado, em matérias anteriores, que o problema não está somente no andar de baixo. O andar de cima da corporação também precisaria ser fiscalizado pela sociedade, embora a PM, sendo um prestador de serviço público, ainda mantenha suas ações nas sombras e sem dar satisfações de seus atos à sociedade.

Porta voz da maldade

A mídia tradicional serve de porta voz do poder ao divulgar os índices de reajuste (neste caso proposta) sem nenhum questionamento. De nada adianta procurá-la para dizer o que realmente acontece em São Paulo, pois, como é sabido por todos, existe uma ligação umbilical entre a mídia e o PSDB. Há denúncias de que essa ligação seria ornamentada com dinheiro público, o que retiraria desta mesma mídia o poder de criticar ou mesmo ser o fiscal dos órgãos de governamentais tucanos.

Quem vai ingrerssar na PM?



O crime da moda tem sido a explosão de caixas eletrônicos

Diante do quadro de abandono pelos qual passam os praças, é possível perguntar quem vai ingressar (se é que já não há) na PM para fazer o policiamento das ruas. Qual o nível intelectual ou moral dos futuros candidatos? Sim, aquele que tem um mínimo de formação educacional ou técnica não vai se submeter a um tratamento desigual - muitas vezes humilhante, desumano e cruel dentro dos quartéis desde o período de formação - semelhante ao que ocorre na PM paulista.

A corporação poderá ser procurada por candidatos que vão se arriscar no conluio com criminosos. Se forem descobertos, e muitos o são, devem ser demitidos ou expulsos, mas não perderão muita coisa. Nem a honra, pois esta já se perdeu no conluio com o crime. Por outro lado, até que sejam descobertos, muita coisa ruim e que não tem volta terá acontencido. Ultimamente, a mída tradicional tem mostrado - do meio da hierarquia militar para baixo somente - que a participação de policiais militares em atos criminosos tem sido grande. Do meio para cima, consequentemente, pouca coisa é divulgada.

Associações

O presidente do Centro Social dos Cabos e Soldados, cabo Wilson de Morais, disse que o governo paulista "começa a fazer justiça com a categoria, embora a defasagem chegue a 40%". Bela justiça essa, presidente. Vale ressaltar que o presidente já foi deputado estadual pelo PSDB.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

O que a aprovação da PEC 300 tem a ver com o Brasil e os brasileiros?

 
Infelizmente, alguns policiais (praças) não entram de vez na luta por dignidade salarial e melhores condições de trabalho. Os motivos são os mais variados: descrédito, desânimo ou preguiça mesmo. E o pior de tudo se vê na incapacidade de unir e se organizar, preferindo acreditar no que diz os comandantes. Estes, sim, são unidos, protegem-se mutuamente e a um pequeno grupo e prejudicam a vida de milhares de praças pelo simples prazer.
 
Um exemplo cabal dessa conversa mole foi o anunciado aos quatro ventos pelo comandante geral de que o índice de reajuste da PM para julho, cujo governo não cumpriu o dissídio em MARÇO. A Assembleia Legislativa entra em recesso no dia 15 e precisa votar o índice antes disso. Parece que não vai dar tempo. O praça será enganado mais uma vez.
 
Tenho uma opinião pessoal sobre a PEC 300 (cria um piso salarial para as polícias brasileiras), cujos oficiais são contrários à aprovação porque querem a carreira jurídica (inicial de R$ 18 mil). As PMs são violentas e muitas vezes arbitrárias contra a população mais simples. É essa população que irá pagar a conta desse aumento. Seria justo?
Em um país onde os criminosos de colarinho branco são impunes e até isentos de abordagem e fiscalização, mas o cidadão humilde muitas vezes é punido de forma injusta, para que dar aumento salarial à polícia?
 
O policial miitar (praça), diante de sua inércia em todos os aspectos da vida, vai continuar a ganhar uma miséria, a agredir o cidadão simples, fazer vistas grossas aos criminosos poderosos e servindo de capacho dentro dos quartéis, pois foi adestrado para tal. A sociedade desinformada e com preguiça em adquirir conhecimentos continuará a ser espancada nas ruas e enganada por aqueles que detêm o poder, utilizando-se da mídia para difundir as inverdades.
 
Ou a sociedade (praças incluídos) começa a ser organizar e pedir uma basta nessa situação ou vamos continuar a assistir as cenas de violência diárias em todos os cantos desse Brasil. O país cresce e se desenvolve, mas essa riqueza produzida não chega a todos. Uma ou outra categoria vai às ruas exigir os seus direitos sonegados, mas é massacrada por aqueles policiais militares (praças), que também têm os seus direitos de cidadania negados
 
Educação
 
Até as folhas da quase extinta Mata Atlântica sabem que a educação pública básica nas mãos de estados e municípios não funciona. Embora tenha uma receita relativamente alta de recursos, o dinheiro é desviado de sua finalidade, pois a educação de qualidade só se tem na iniciativa privada, privando milhões de jovens de terem uma vida digna e um futuro promissor e digno.
 
As escolas públicas de ensino fundamental e médio servem apenas para abrigar apaniguados políticos (cargos e mais cargos de confiança) e moeda de troca entre a politicalha para conchavos estaduais ou municipais.
 
Esse descaso leva muitos jovens sem opção ao crime, deixando para os praças da PM (trabalham nas ruas em contato direto com o povo dentro de uma viatura, moto, cavalo ou mesmo a pé) a tarefa de cobrar deles o que o estado, embora recebe em impostos para isso, nunca ofereceu. O estado, através da PM, empurra o cidadão para uma vida miserável, cujas consequências são a violência nas ruas e avenidas.
 
Saúde
 
A saúde do brasileiro está entregue às traças. Os hospitais públicos estão sucateados em pessoal especializado, instrumentos ou maquinário específico, leitos, medicamentos e remédios. Isso todos falam, mas se aponta o porquê. 
 
Desde o início do milênio, a saúde foi privatizada. Os recursos, embora relativamente alto, não são aplicados na saúde pública, sendo também desviados de finalidade - geralmente o bolso de almas sebosas. O motivo está na privatização. Hoje, o cidadão que quiser ter um atendimento hospitalar de média qualidade tem de fazer plano de saúde privado. Essas empresas de saúde, como todo comércio, quer lucro e mais lucro, pouco se preocupando com a saúde das pessoas.
 
Os governos, por sua vez, nada fazem porque estão presos à malha fatal. Muitos que ocupam cargos de poder, eletivos ou não, são empresários até do setor, como acontece também na educação. Uma melhora no atendimento dos hospitais públicos resultaria na extinção pura e simples dos planos privados.
 
O poderoso de plantão se socorre do hospital privado e de qualidade, cuja conta é paga na continuidade do modelo perverso em vigência, ou seja, pelo cidadão pagador de impostos astronômicos. Será que ele está pteocupado em mudar esse modelo infernal?  
 
Segurança Pública
 
A segurança nas ruas e avenidas dos 5.565 municípios está entregue à Polícia Militar de cada estado. É ela quem deve estar ostensiva e visível no policiamento, cujos integrantes devem ser os mais especialistas possível. Mas isso é que o se vê? Claro que não.
 
A doutrina militar é agressiva por natureza. Não existe respeito mútuo entre os próprios integrantes, mas a imposiçao deste do subordinado para com o superior. A recíproca nunca é verdadeira ou se faz presente.
 
O PM, doutrinado pelo militarismo de guerra que prega a eliminação do oponente, vai às ruas e faz do cidadão o seu subordinado. Ou seja, o cidadão é quem deve respeito ao policial. A recíproca...
 
Diante dessa modalidade da Idade Média, é comum os atos de violência. O cidadão simples e das periferias, privado de uma vida digna e de serviços básicos do estado, muitas vezes não aceita ser tratado com um "ninguém" pelo policial militar (praça e fruto do mesmo meio de exclusão, mas ele pensa que não). Este, por sua vez e achando-se superior ao cidadão, não aceita ser interpelado ou questionado, pois o militarismo não permite questionamentos. A ordem dada deve ser cumprida na íntegra sob pena de punição. Daí para a agressão (e morte) é um pulinho. Diferente quando o cidadão abordado é um poderoso. Aí, o PM vai falar manso e com respeito, independente do que ele faça. Há casos de desrepeito por parte do PM, mas a punição é líquida e certa, chegando, inclusive, à demissão.
 
É isso que se vê nas ruas todos os dias, mas não se vê nos quartéis. As PMs, como prestadoras de serviço público, ainda são fechadas e mantêm as mesmas normas de ditaduras. Um serviço básico social não deveria ser obscuro e viver na penumbra, mas, sim, transparente e que preste contas de suas ações. Enquanto se mantiver nesse modelo arcaico, desumano e cruel, as PMs serão os órgãos repressores da sociedade.
 
Esse modelo de (in)segurança pública interessa a governos insensíveis, corruptos e incompetentes, pois mantém a distância entre ricos e pobres, serviços de ótima qualidade e de péssima, superiores e subalternos e muita grana pública para fazer o que quiser. Se houver cobrança por parte do cidadao excluído, as PMs estarão lá para o receber com bombas, gás pimenta, tiros de de balas de borracha ou reais e muita pancada.
 
Por outro lado, há governos que não aceitam esse estado de coisas, mas se sentem presos ao modelo secular enraizado na nação. Alguns tentaram romper com esse modelo desumano na educação e na humanização da PM, mas foram rechaçados, bem como suas iniciativas democráticas.
 
A voz do poder
 
É a grande mídia (emissoras de rádio e TV, jornalões e revistões) a responsável pela transmissão de notícias e fatos que interessam a esses governantes cruéis, suprimindo tudo aquilo que possa colocar em risco a manutenção dos benefícios que mantêm. Ao primeiro sinal de igualdade, a grande mídia se junta e sai com manchetes incríveis para repudiar qualquer tentativa. O cidadão desinformado acredita, infelizmente.
 
O tripé da vida digna
 
Educação, saúde e segurança pública constituem o tripé de uma vida digna para uma nação. Sem esses serviços de qualidade para todos jamais teremos uma nação séria e compromissada.
 
De nada adiantam ações pontuais de erradicação da miséria, se não se destruir esse modelo perverso do tripé da dignidade. Curiosamente, mas não surpreendente (o alma sebosa é capaz de tudo para obter lucro), até os alimentos foram privatizados. Se não bastasse a iniciativa privada tomou conta da educação, saúde e segurança pública (embora pública, serve somente a interesses de um pequeno grupo), a agricultura familiar brasileira (que abastece a mesa de todos) vem, a passo largos, cedendo espaço ao agronegócio (planta-se em larga escala apenas para exportação - toneladas em soja para alimentar porcos na China, por exemplo).
 
Os investidores aplicam o dinheiro na agricultura de exportação esperando os lucros criminosos, como fazem na educação, saúde e segurança dos países, transformando o Brasil e o mundo em locais difíceis para se viver com dignidade. Será que estamos próximos ao fim dos tempos? Quem continuar vivo vai saber.
 
Internet
 
Graças à internet, esse círculo prejudicial de transmissão/omissão de notíciais da grande mídia foi quebrado pea internet. Os fatos correm pelo meio virtual em tempo real, colcando em cheque a credibilidade ou desnudando os interesses midiáticos na veiculação daquilo que quer noticiar. Mas tem gente querendo controlar esse meio democrático. O AI-5 digital do tucano Azeredo (pai do mensalão) quer tirar essa possibilidade de se informar do cidadão. Ele quer uma lei para controlar a democrática internet. As mesmas leis que os poderosos vilipendiam, mas que são implacáveis contra o cidadão simples.
 
Diga não ao AI-5 digital do poderoso mensaleiro.

domingo, 3 de julho de 2011

Lei 12.403 dá legalidade ao crime e é um risco à democracia

Tem-se lido em vários meios fora do eixo da grande mídia o repúdio à nova lei, aprovada no Congresso Nacional pelos representantes do povo, que vai colocar quase metade dos presos que cumprem penas nas cadeias nas ruas. Pessoas estudadas, formadas e tudo o mais resolveram erguer a voz contra o que eles chamam de liberdade para matar (roubar, estuprar, etc) ou lei da impunidade.



É curioso notar que a mídia tradicional, crítica contumaz de tudo e de todos, não tenha feito um único editorial enxovalhando a lei (12.403). Por que será? Mais abaixo, no vídeo, virá o motivo.
Essa nova lei não foi feita para libertar os ladrões de galinhas ou assassinos de pobres que cumprem pena nas fedorentas cadeias brasileiras. Ela tem um objetivo bem maior e mais e perigoso até para a própria democracia em construção no país: os criminosos ricos e poderosos.

Foi um acinte o episódio Pimenta Neves. Ou o caso Abidelmassi. Ou o assassinato de Mércia Nakashima. Mas não se fala nada sobre o caso Banestado. Ou a Operação Satiagraha que prendeu Daniel Dantas. Ou a Operação Castelo de Areia e a descoberta de um rosário de crimes fiscais e econômicos praticados pelas empreiteiras, as mesmas que levaram um presidente ao impeachment. Crimes contra o país e contra o erário da saúde, educação, segurança, transportes, moradias, etc. Em consequência disso, quantos crimes mais não aconteceram ao longo dos anos? Quantos mais, principalmente jovens e sem perspectivas, não enveredaram para o caminho do crime, das drogas, do roubo, da violência?

Então, nada mais justo do que o Congresso Nacional parir uma lei que abrigue, proteja e explique todos esses crimes praticados e permitir que seus autores não sejam presos em flagrante e permaneçam, por pouco tempo sequer, na cadeia. De roldão, permite que os ladrões de galinhas sejam beneficiados também. Claro que vai depender do entendimento do juiz ou da condição econômica ou de influência do acusado. Depende do entendimento do juiz e das instâncias superiores deste. "Se rico, poderoso ou influente, teje solto, meu filho". (vale lembrar a condenação de Daniel Dantas a dez anos pelo então juiz de 1ª instância, Fausto de Sanctis, e os dois HCs a jato do STF - ministro Gilmar Mendes - e a ilegalidade imposta pelo STJ à Operação Castelo de Areia)

Viu-se, recentemente, a prisão em flagrante de prefeitos, vereadores e secretários municiapais por crimes praticados contra o erário. Policiais civis e até federais colocaram na cadeia autoridades de Campinas, Taboão da Serra, Taubaté e outros municípios. Não demorou muito e a Justiça colocou todos na rua e, pior, reassumiram os cargos novamente. Essa lei ordinária foi feita exatamente para impedir que os ladrões públicos poderosos sejam presos em flagrante delito, transformando-o em medidas cautelares. Santa canalhice.

Riscos à democracia

Todo esse conjunto de permissividades e liberdades (para cometer crime impune) vai colocar em risco a imberbe democracia brasileira. Mesmo o povo brasileiro sendo condeirinho, inerte e passivo, não há sociedade que resista a toda essa roubalheira e impunidade generalizada, cujas consequências afetam por demais o futuro das novas gerações, como vem afetando desde 1500, o que transformou o Brasil num dos países mais violentos e injustos do mundo.
Luta-se por liberdades, mas não se quer as responsabilidades e as obrigações que estão intimanente ligadas a elas, servindo de equílibrio para não se avançar na vida das outras pessoas.
Receio que o futuro do Brasil seja mais uma ditadura, fruto da irresponsabilidade dos políticos eleitos pelo povo que, na campanha e na diplomação, prometeram condutas completamente diferentes e sempre a serviço de todos.

Para ilustrar

No vídeo, o jornalista João Leite Neto escancara a amizade perigosa, perniciosa e lesiva aos cofres públicos do governador do RJ Sérgio Cabral com empreiteiros. Embora seja um defensor árduo e assíduo das barbaridades correlatas que acontecem na SP dos tucanos, os comentários são importantes e têm fundamento.

Ele explica o porquê da mídia está tão caladinha quanto a essa lei reles e ordinária: grana, muita grana.

É de bom alvitre que o brasileiro coloque as barbas de molho. Enquanto permanece sentado no sofá ou deitado na cama esperando as melhorias, o Brasil caminha, a passos largos, de volta a um doloroso passado recente, cujas vítimas - muitas - não foram sequer encontradas; os algozes, sequer punidos. E não tem Comissão da Verdade que possa identificá-os e condená-os, pois, com essa aviltante lei, é que jamais serão. Muitos de nós vamos chorar.


domingo, 29 de maio de 2011

De soldado a coronel: o Brasil e seu povo ganhariam muito


Um inédita iniciativa do governo de Goiás pretende criar a carreira única na Polícia Militar: o soldado, início de carreira, poderia chegar a coronel, posto máximo, rompendo com o modelo algo hereditário como é hoje e criando perspectivas de aproximação verdadeira da polícia do cidadão.

No modelo atual que vige para ingresso nas polícias militares brasileiras, o postulante a ser policial tem duas maneiras de o fazer: ingressa como soldado (praça) ou como aspirante-segundo tenente (oficial). Essas duas formas são distintas entre sí, embora o mesmo ofício em oferecer segurança pública à sociedade.

O conscrito para praça, depois de um concurso escrito relativamente fácil, permanece um ano na escola de soldado onde aprende a respeitar o superior hierárquico e uma ou outra noção de direito humano, que não gozará durante os 30 anos que permanecer na caserna. A ditadura ainda não foi abolida no intramuros das PMs.

O conscrito para oficial, depois de prestar exame vestibular difícil e desgastante - USP, no caso de São Paulo -, vai para a academia aprender a gerenciar a Polícia Militar. O contato social, antes ou depois de formado, do oficial com as pessoas mais simples ou com as ocorrências diárias nas quais a instituição intervém é mínimo ou quase nenhum.

Geralmente, os aprovados no vestibular para oficial são fihos ou parentes próximos dos oficiais da ativa dessas instituições ou pessoas de classe social mais elevada, cujo contato com as classe mais baixas da sociedade são quase inexistentes. Claro que, em toda regra, acontecem algumas exceções.

Mas os filhos, parentes ou pessoas de condição de vida melhor não são privilegiados nos exames: tem mais condições culturais de aprovação em razão das melhores condições sócio e econômicas de seus familiares que permite que estudem em escolas de boa qualidade. Diferente acontece com os familiares dos praças ou gente do povão, cuja vida, mais difícil e carente de recursos, os abriga a estudar em escolas públicas de qualidade ruim. E assim tem sido há muitas décadas.

Excludência e discriminação



Quem nunca viveu (ou vive) uma situação difícil não entende determinadas atitudes ou ações de outras pessoas. Se um oficial da PM não passou por privações - materias ou não - não consegue entender porque as classes mais baixas da sociedade algumas vezes vão às ruas exigir os seus direitos sonegados pelo estado. Ou mesmo dos servidores públicos de menores escalão nas reivindicações salariais ou de trabalho.

As pessoas que ocupam cargos mais elevados dentro do serviço público não precisam se reunir nas ruas para a exigência dos seus direitos. As tratativas são realizadas a portas fechadas e longe dos olhos da sociedade. Como, então, algumas carreiras ou o mesmo o cidadão podem ir para as ruas exigir?

Novo tempo

A iniciativa do Estado de Goiás pode ser o rompimento com essa exclusão ou discriminação, uma vez que obrigaria as escolas públicas melhorar o ensino para suprir o imenso número de policiais militares necessários para o policiamento preventivo nas ruas. As políciais abrigariam, de alto a baixo, servidores de todas as classes sociais e permitiria um melhor entendimento da problemática na vida das pessoas do conjunto da sociedade.

Em última análise, seria o pantapé para uma real mudança social no Brasil em todos os níveis, pois as possibilidades seriam iguais a todos em todas as carreiras, que hoje são acessíveis a um pequena parcela algo elitista da sociedade, e não só nas polícias militares.

Se o Brasil conseguiu dar um salto de qualidade nos últimos dez anos, quer no desenvolvimento quer no crescimento, estes devem ser estendidos a todos os cidadãos, o que proporcionaria, sem sombra de dúvidas, uma diminuição sensível nos índices de criminalidade e violência, cujos ganhos seriam de todos. Não só isso mas criaria uma consciência crítica muito maior e mais abrangente do que se tem hoje.

Dificuldades



A proposta do governador de Goiás vai enfrentar uma série de obstáculos para ser implantada. Os oficiais da PM não querem nem ouvir falar em dar oportunidades iguais aos praças. Isso é fruto de uma doutrina retrógrada e fora da realidade de pelo menos um século e que vai de encontro á democracia em construção no Brasil. As desculpas seriam muitas. Dentre elas pode-se destacar a falácia de que a hierarquia e a disciplina rígida dos militares poderiam ser abaladas, levando a instituição à bagunça. Nada disso é verdade, pois basta olharmos para o que se tem hoje em segurança pública, cujos privilégios e benesses caminham apenas para um lado, deixando para os outros dois -praças e povo - as consequências do malfadado policiamento em curso

Outro ponto que pode pôr obastáculos a essa mudança seria a ingerência de uma seita secular secreta. A grande maioria de oficiais das PMs são membros dessa seita e que é composta ainda por juízes, delegados, políticos de todas as esferas e outras pessoas influentes.

Governantes autoritários e que sonegam serviços sociais básicos ao cidadão também são contrários às mudanças nas polícias militares. O povo, organizado, quando sai às ruas para exigir o cumprimento das leis por esses governantes, é rechaçado pelas violentas, autoritárias e excludentes PMs.

Sem contar a pressão que, hoje, sofrem os policiais militares em vários estados, os quais lutam por melhores condições salariais e de trabalho. Estados como Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rondônia, Alagoas, Pernambuco e alguns outros têm enfrentado as manifestaçoes de praças com punições abusivas e que não encontram amparo na democracia. São transferências sem motivo aparente para unidades distantes de seus domicílios; mudanças constantes na escala de serviço, dificultando a vida do praça nos quesitos serviço/folga/bico; recrudescimento nas prisões de faltas disciplinares tipicamente militares (continência, chapéu na cabeça, bota ou fardamento limpos, barba e cabelo aparados, etc). Todas essas ações têm os governos por trás e os oficiais da PM como executores das cobranças abusivas numa clara tentativa de esvaziar o movimento pacífico dos praças por melhorias. 

Consciência em segurança pública

A proposta do governador goiano precisa de apoio da população. Todo o conjunto da sociedade ganharia e se fortaleceria com essa mudança estrutural. Afinal, um país não se faz sem educação. Essa medida obrigaria os governos estaduais a tratarem a educação de forma consciente e responsável.

A sociedade atual não discute segurança pública preventiva em razão do segredo institucional que as PMs se auto impõem, fazendo dela um ambiente fechado e que não deixa passar a luz entrar, embora seja um serviço público que exija transparência.